Notícia

Inflação nos gastos com transporte impacta custo de vida da classe média paulistana

15/06/2011

Inflação nos gastos com transporte impacta custo de vida da classe média paulistana

O Índice do Custo de Vida da Classe Média (ICVM) registrou crescimento de 0,33% em maio no município de São Paulo na comparação com abril, e acumula alta de 3,31% no ano até maio e de 6,30% nos últimos doze meses. Elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), o ICVM abrange o intervalo de renda entre cinco e 15 salários mínimos paulista (R$ 600,00).

Os dois principais agentes responsáveis pelo resultado de maio pertencem ao grupo Transportes que fechou maio com aumento de 0,38% ante 1,51% em abril. O acumulado deste grupo de despesas para o ano de 2011 até maio é de 5,91% e para os últimos doze meses é de 8,50%. A queda de braço entre o aumento do preço do litro da gasolina (2,98%) e a queda do valor do etanol (12,04%) colaborou para o resultado geral do ICVM de maio. Os acumulados no ano para gasolina e etanol são, respectivamente, 12,09% e 14,56%.

A entrada da safra de cana-de-açúcar impulsionou a moagem para a produção do etanol que inicia a volta ao equilíbrio entre os preços dos combustíveis. Na última semana de março deste ano, a relação etanol/gasolina chegou a 83,95% e na última semana de maio o preço do etanol equivaleu a 61,95% do preço da gasolina, portanto abaixo do limite de até 70% que dá vantagem econômica ao biocombustível. A se confirmar a sazonalidade da oferta de etanol, o abastecimento de veículos flex com o combustível ecológico deve ser o preferido até outubro.

Os preços dos veículos novos praticamente não se alteraram em maio (0,04%) e no período que abrange os últimos doze meses registrou alta de 3,25%. O seguro de veículo encareceu em média 1,88% no mês e os preços dos estacionamentos privados tiveram acréscimo de 0,64% em maio e atingem 11,98% de junho de 2010 a maio de 2011.

Entre as despesas com produtos e serviços do grupo Habitação houve variação positiva de 0,23% em maio, com taxas acumuladas de 2,03% em 2011 e de 4,13% para os últimos doze meses. Os principais itens que tiveram aumento foram aluguel com 0,54%, serviço doméstico com 0,84% e reparo no domicílio com 0,52%.

A inflação de apenas 0,22% nos preços dos produtos do grupo Alimentação em maio ocorreu graças ao recuo nos preços dos produtos hortifrutigranjeiros (-1,67%). Os destaques ficam por conta da redução de 3,35% nos preços de frutas, legumes (-0,65%), verduras (-1,65%), ovos (-1,50%). Na outra ponta, os tubérculos registraram alta de 2,94% e o leite longa vida alta de 4,63%.

Entre os produtos e serviços que compõem o grupo Despesas Pessoais houve alta de 0,34% no mês em relação a abril. O acumulado do ano está em 3,42% e 6,68% no intervalo de doze meses. No período de baixa temporada, sair da cidade paulistana de ônibus ou de avião custa menos, os preços das passagens rodoviária e aérea decresceram 1,76% no mês. Já os preços das bebidas continuam em alta em maio: 1,24% nos preços dos refrigerantes (10,62% em doze meses) e de 2,14% em cervejas (13,86% em doze meses). No mês do Dia das Mães, o preço de flores inflacionou 7,35% e alcança 10,72% nos últimos doze meses.

Os itens que pertencem ao grupo Saúde tiveram elevação de 0,61% em maio e acumula alta de 3,87% em 2011. Os beneficiários de planos de saúde receberam seus boletos majorados em 0,44% em maio e já pagaram 7,81% a mais no período de doze meses. Os serviços médicos e laboratoriais tiveram variação de 0,20% e os preços dos remédios e produtos farmacêuticos foram reajustados em 1,21% no mês e totalizam 5,12% nos últimos doze meses.

O aumento de 1,06% dos itens integrantes do grupo Vestuário em maio foi resultado da pressão exercida pelo aumento de preço no mercado internacional do algodão, principal matéria-prima para confecção de roupas e pela forte entrada de peças de vestuário importadas de baixo custo, muitas provenientes da China. O acumulado de doze meses está em 4,37%. As maiores altas ficam por conta de itens de roupa infantil (1,51%), roupa feminina (1,31%) e calçados e acessórios de vestuário (1,23%).

As variações do curso de idiomas de 0,23%, do curso de informática de 1,08% e do material escolar de 0,41% constituíram a alta de 0,06% do grupo Educação em maio e de 6,84% nos últimos doze meses terminados em maio de 2011.


Fonte: http://www.fecomercio.com.br/?option=com_estudos&view=interna&Itemid=19&id=3978